Quem já não se olhou no espelho e não gostou do que viu? E o que
dizer do outro espelho, não real, pelo qual nos vemos? Dificilmente somos
magros ou gordos como gostaríamos, inteligentes, felizes, amáveis, capazes, bem
sucedidos, piedosos como sonhamos. E por que não somos como gostaríamos? Ou
será que sabemos mesmo quem somos ou de que gostamos?
“Eu não dou conta”; “Tudo o
que eu faço é errado”; “Sou a mais linda, inteligente e esperta das criaturas”;
“Deus só ama quem jejua e ora muito”; “Os feios não herdarão o reino dos céus”;
“Pau que nasce torto até a cinza dele é torta”; “Ninguém se importa comigo” são
algumas das imagens mentais que construímos sobre nós. E, se questionadas,
vamos perceber que se assentam sob bases pouco sólidas e têm como marca o
excesso e a generalização. Desconfie dos pronomes “tudo, nada, ninguém” e dos
advérbios “sempre” e “nunca” quando falar de si. Eles nos congelam em modelos
mentais pouco confiáveis e, por vezes, falsos.
Tente se olhar sem esse
espelho interno distorcido. Você vai se surpreender com características muito
interessantes sobre si e que desconhecia. O espelho diz quem sou? Nem sempre. E
vale apena questioná-lo.
Por Daniela Borba
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