Um dos temas que mais pautou as discussões na esfera política nos
últimos anos foi a família. Esta instituição tem sido alvo constante de
debate e de proposições de lei no Congresso Nacional. No último dia 26
de Junho foi aprovada a Lei Menino Bernardo ou Lei da Palmada, que
instituiu penalidades aos pais (familiares, responsáveis e
profissionais) que usarem de castigo físico (e tratamento cruel ou
degradante) contra seus filhos (crianças e adolescentes) menores de 18
anos. E atualmente, dois projetos de lei tramitam paralelamente na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Na primeira casa, encontra-se o
projeto no 6.583/2013 que institui o “Estatuto da Família” e
defende a família enquanto a união entre um homem e uma mulher por meio
do casamento ou de união estável. No Senado, por outro lado, tramita o
projeto no 470/2013 que institui o “Estatuto das Famílias”,
no qual a família é entendida como toda comunhão de vida instituída com a
finalidade de convivência familiar, seja ela entre pessoas de sexo
oposto ou do mesmo sexo.
Dada a importância deste tema para a política brasileira neste
momento e a proximidade das eleições para deputado estadual e federal,
senador, governador e presidente, nós, cristãos, precisamos estar
atentos ao discurso e aos projetos políticos dos candidatos quanto à
família. Possivelmente, serão esses candidatos, enquanto representantes
eleitos, que decidirão qual estatuto vigerá no país: se o Estatuto da
Família ou o Estatuto das Famílias.
A Bíblia contém ensinamentos claros e explícitos sobre a família e
seu modo de constituição: o casamento. Deus instituiu o casamento entre
um homem e uma mulher e a família ao criar o ser humano. Deus criou Adão
e Eva, os abençoou e ordenou que eles tivessem filhos juntos e
povoassem a terra (Gênesis 1.26-28). Logo em seguida, eles foram
chamados de “homem e sua esposa” (Gênesis 2.25). Jesus, como homem,
confirmou esse entendimento ao ser questionado pelos fariseus sobre o
divórcio (Mateus 19). Jesus os lembrou de que o casamento e a
instituição “família” não foram estabelecidos por uma lei humana em
determinado contexto político e social. Eles haviam sido criados pelo
próprio Deus antes mesmo do pecado entrar no mundo pela desobediência de
Adão e Eva. Deus criara homem e mulher para viverem unidos, como uma só
carne, e, por isso, “o que Deus ajuntou, o homem não deveria separar”
(Mateus 19:6).
A desobediência e o descaso do homem em relação ao casamento e à
instituição familiar provocaram o julgamento de Deus, por exemplo, às
cidades de Sodoma e Gomorra pela prática difundida do homossexualismo
(Gênesis 19; Judas 7), à Faraó, rei do Egito, pelo adultério cometido
(Gênesis 12), à Babilônia pela imoralidade sexual (Apocalipse 18: 3,9) e
aos gentios e ao povo de Israel por não observar os valores morais do
Reino de Deus quanto à conduta sexual (Romanos 1.26-27; 1 Coríntios 5.
9-10, 13; 6.9; 1 Pedro 4.3-5).
Por outro lado, o compromisso e o cuidado para com o casamento e a
família trazem benefícios materiais e geram bênçãos espirituais para o
casal e seus filhos. Estudos científicos mostram que crianças que vivem
com os pais casados tendem a apresentar melhor desempenho escolar,
melhor qualidade de vida e melhor padrão socioeconômico quando adultos;
além de apresentar saúde física e mental melhor, cometer menos crimes e
experimentar menos o álcool e as drogras. Estas crianças tendem a
apresentar, de modo geral, padrões morais de integridade e honestidade
mais elevados e a estabelecer famílias quando adultos (Grudem, 2010).
Tais resultados vêm do ensino e da disciplina aplicada pelos pais aos
filhos, que são heranças de Deus para sua vida (Deuteronômio 6.6-7;
Provérbios 22.6; Salmos 127.3). A educação e a correção dos pais
possibilita aos filhos adquirir sabedoria e dar bons frutos. “Disciplina
o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma (Provérbios
29:17)”. “Não retires a disciplina da criança; pois se a corrigires com
a vara, nem por isso morrerá. Tu a corrigirás com a vara, e livrarás a
sua alma do inferno (Provérbios 23.13-14)”. “A vara e a repreensão dão
sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe
(Provérbios 29.15)”.
Mediante a importância da família e do casamento para Deus e a
centralidade deste tema na esfera política atualmente, observe se seu
candidato a deputado, senador, governador e presidente defende esta
instituição criada e amada por Deus. Acesse o site do Tribunal Superior
Eleitoral e os links: eleições 2014 e sistema de divulgação de
candidaturas, procure seu candidato e leia seu programa de governo.
Escolha representantes que defedem a família enquanto a união entre um
homem e uma mulher por meio do casamento ou de união estável. Vote
consciente!
No próximo artigo desta série, abordaremos o princípío bíblico da
liberdade e a importância de escolhermos representantes que o defendem. “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor” (Oseias 6:3a) e a aplicar o conhecimento adquirido para influenciar os rumos da política em nosso país.
::Viviane Petinelli – Doutora em Ciência Política e coordenadora do Grupo de Ação Política (GAP).
Fonte: www.lagoinha.com
Referência Bibliográfica:
Grudem, Wayne (2010). Politics according to the Bible. Michigan: Zodervan. Pp. 157-212.
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