De vez em quando, lá em casa, elegemos o “dia do desapego”. Um dia que separamos para desentulhar tudo o que foi guardado e acumulado, sabe lá para quê. E, como sempre, fiquei admirada com a quantidade de coisas que foram amontoadas e que não servem para nada. Gastamos o dia todo separando tranqueiras: roupas que não servem mais, sapatos, papéis, pastas, caixas, embrulhos… Quanto espaço ocupado com a inutilidade! Canseira!
Depois de um dia árduo, descobri que seu nome verdadeiro era: o dia perdido, ou o dia mal usado, pois o que foi jogado fora nem mesmo deveria ter sido guardado. O lixo deve ser jogado fora assim que surge, mas como guardamos o que não serve!
E assim vamos fazendo com nossa alma, acumulamos lixo: o ressentimento envolto em faixas do desprezo, as feridas escondidas com as capas de super-heróis, as mágoas cultivadas pela razão, o perdão adiado, os medos do que ainda nem existe… Vamos acumulando estas bagagens, pesadas e fétidas, enquanto caminhamos arrastados.
Conheci um homem que carregou um grande fardo, leve como a Sua inocência, embrulhado com o pesado pecado da humanidade. Levou em suas costas, feridas e cansadas, arrastou, tamanho peso, mas não desistiu. Para que pudéssemos largar os nossos próprios. Tomou todo entulho, nosso entulho, e pagou o preço e o peso da nossa liberdade.
Por causa Dele, viver uma vida leve passou a ser tão simples quanto respirar. Basta trocar os fardos. Entregar o pacote de deficiências para Jesus e receber a leveza e eficácia de Sua vida. Basta decidir. Não nascemos para carregar ruínas, nascemos para curtir a vida e voar, leves como o peso do perdão. Todo dia é dia de jogar o lixo fora. Afinal, não somos lixeiras! Então, vamos à faxina?
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11.29)
::Nilma Gracia Araujo
Fonte: Lagoinha.com