sábado, 17 de agosto de 2013

Escutando

Recentemente, compartilhei um post que dizia: “Falar é uma necessidade, escutar é uma arte!”. Ele trata de duas habilidades fundamentais na comunicação, mas meio esquecidas atualmente: a exposição de si e a escuta do outro.

Quantos de nós nos queixamos de não termos pessoas confiáveis a quem possamos falar de nós, de nossos medos e vitórias! E, no receio de expormos nossa humanidade (o que vão pensar de nós?), vamos nos calando e adoecendo. Nosso corpo por vezes grita o que as palavras calam.

Paul Tournier, médico e conselheiro cristão, disse, certa vez: “É impossível descrever a necessidade imensa que tem as pessoas de serem realmente ouvidas, levadas a sério, compreendidas”.

Atualmente, ou desde sempre, nos vemos rodeados por pessoas que querem falar, que exigem, demandam, defendem e são poucas as que acolhem, escutam, se importam.

Escutar é um aprendizado. Exige tempo, respeito ao outro, consideração pelo outro e pelo quê está sendo dito, empatia. Escutar demanda acolhimento e habilidade para questionar e confrontar. Para escutar, é preciso cultivar o silêncio e saber esperar. Silêncio tanto no respeito à fala do outro, quanto no sigilo da informação.

Faltam-nos modelos de escutadores. Palestrantes, locutores temos vários. Este grupo se destaca, enquanto o outro quase não aparece e, somente quem esteve com os escutadores sabe o bem que eles fizeram em sua vida, porque acolheram na dor, não julgaram, orientaram, se importaram, não expuseram a fraqueza, o medo, a vergonha do outro e se alegraram com nossas vitórias. Fazem parte desse grupo de escutadores, alguns de nossos familiares, ou amigos, ou talvez nosso líder no ministério ou pastor.

Em minha tese de doutorado transformada em livro, entrevistamos (meus alunos e eu) mais de 700 evangélicos sobre seus hábitos de leitura e de confiança. Descobrimos que, diante de problemas pessoais, as pessoas preferem falar somente com Deus ou ler livros que tratem do assunto. O crescimento da literatura de autoajuda cristã atesta isso. Fica uma questão: Será que os livros vão substituir as pessoas nesse papel importante de acolher e contribuir para que o outro se conheça, seja confrontado, se sinta amado e amadureça?

Por Daniela Borja Bessa
Fonte: Lagoinha.com

Fotos: Internet

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