domingo, 28 de agosto de 2011

Jejum

Como orar por alguém que está perto de você e longe de Deus

Certa vez eu estava falando em uma igreja na Califórnia, e, após o culto, uma senhora se aproximou, apresentou-se e ao seu marido, e em seguida me narrou o seguinte fato. Orara durante muitos anos pela conversão do marido, sempre pedindo a Deus que tocasse no coração dele, dando-lhe vontade de ir à igreja com ela. Essa irmã frequentava uma igreja muito espiritual e avivada. Em quase todos os cultos ocorriam conversões, ou crentes faziam reconsagração de vida. E ela pensava constantemente: “Se meu marido pelo menos viesse à igreja comigo, tenho certeza de que ele se converteria.” Mas ele nunca queria ir à igreja, e permanecia incrédulo. Essa irmã se sentia profundamente frustrada, sem entender porque Deus não atendia suas orações. No ano anterior, eu havia pregado em sua igreja, e ela adquirira as fitas das mensagens. Chegando em casa falara delas ao marido com grande entusiasmo, sempre orando na esperança de que ele também fosse à igreja ouvir o ensino da Palavra de Deus. Certo dia, ele lhe fez a maior surpresa, dizendo-lhe que havia entregado o coração ao Senhor Jesus. Enquanto ela estava na igreja, ele ouvira minha série de fitas sobre a orientação divina e se convertera. Agora desejava conhecer a profunda comunhão com Deus e a plena realização pessoal de que ouvira falar nas fitas. Em seguida, o marido me contou que agora estava cultivando a comunhão com o Senhor diariamente – buscando a sua face, ouvindo sua voz e obedecendo a sua Palavra. E a principal lição que aquela irmã aprendeu foi que, quando orara a Deus ditando-lhe a forma como Ele deveria salvar seu marido, sem saber, estivera dificultando o processo.

Motivações elevadas
Outro fator que pode impedir que recebamos a resposta de nossa intercessão por um ente querido que não conhece a Deus é a intenção com que o fazemos. Muitas vezes nossa principal motivação em orar por aquela pessoa é a ideia de que se ela se converter nós seremos mais felizes. Neste caso, precisamos pedir a Deus que corrija nossa atitude, de modo que a petição em favor da salvação desse ente querido seja inspirada por um sincero desejo de que o nome de Deus receba toda a glória, independente do que isso possa custar a nós ou àquele por quem oramos. Assim que começamos a orar dessa maneira, Deus nos submete a provas. Mas aqueles que conhecem o caráter dele sempre passam no teste.

Lições que precisamos aprender
Quando submetemos nossa vontade à pessoa do Espírito Santo, e obedecemos à sua voz, ele dirige o foco da atenção primeiramente para nós. Deus deseja que lhe perguntemos: “Que lição o Senhor quer ensinar-me nessa situação? Aprendê-la é bem mais importante para mim do que ver o problema resolvido.” E depois podemos orar assim: “Senhor, se o adiamento do meu pedido trouxer mais glória ao teu nome, então está bem. Opera em minha vida o que for necessário para que eu possa aprender a orar corretamente pelos perdidos.” Quem ora assim demonstra que está mesmo disposto a fazer o que Deus determinar. E é a esses que Deus atende.

Uma entrega total
Quando temos um desejo intenso de que Deus seja glorificado, dizemos o mesmo que Paulo: “Segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte.” (Fp 1.20.) Então, se pela minha morte meus entes queridos que ainda não são salvos irão conhecer a Deus, estou disposto a morrer. A salvação da alma deles me é mais importante que a vida. Isso é que é autonegação plena. Em seguida temos de abrir mão deles também. Precisamos orar nos seguintes termos: “Senhor, se for da tua vontade que eles se salvem e logo em seguida sejam levados para o céu, e se com isso o teu nome for mais glorificado, que assim seja.” Orando desse modo estamos removendo também a intenção egoísta. Só quem de fato tiver no coração um grande peso pela alma dos perdidos será capaz de orar da seguinte maneira: “Senhor, faz o que for necessário para que eles rendam o controle de sua vida inteiramente a ti – mesmo que seja uma enfermidade, ou uma lesão temporária ou permanente.” E será que estamos preparados para receber a resposta desse pedido? Deus tem poder para atendê-lo. Ele quer operar em nosso coração de modo que o anseio de que os entes queridos acertem a vida com o Senhor supere nosso desejo de bem-estar físico – para nós ou para eles. Precisamos estar dispostos a orar do seguinte modo: “Senhor, use qualquer pessoa, de qualquer lugar, em qualquer circunstância, para que essa alma perdida venha ao conhecimento de Cristo.” Ou será que temos preconceitos (talvez dissimulados), com relação a indivíduos que preferíamos que ele não usasse? Além disso, precisamos deixar nas mãos de Deus tudo que diz respeito ao futuro deles. E a oração que faremos é a seguinte: “Senhor, se depois de convertidos tu os chamares para serem missionários em outro país, e lá eles forem mortos por amor a ti, e eu nunca mais voltar a vê-los, que assim seja. Eles estão em tuas mãos tanto agora como no futuro.”

A prova suprema
É possível que já tenhamos feito todas essas orações a Deus, mas nunca tenhamos aberto mão daqueles que nos são mais caros e a quem mais amamos para que, pela morte deles, aquele que não é salvo venha a converter-se. Quando chegamos a esse ponto, reconhecemos, sem a menor sombra de dúvida, que estamos 100% comprometidos com a glória de Deus, e sentimos pelos queridos por quem oramos um intenso interesse dado por Deus. Isso implica em pegar nosso Isaque ou Isaques e colocá-los num altar sobre o monte Moriá. Eu conheço essa experiência. Já passei por ela. É a prova suprema, pois sabemos que Deus pode aceitar nossa palavra, o que significa que perderemos um amigo, esposa, esposo, filho ou pais. Mas nós só teremos condições de fazer esse tipo de oração depois que conhecemos bem o caráter daquele a quem estamos orando. Para isso, precisamos estudar sua Palavra a fim de compreender cada faceta de seu caráter, e obedecer a tudo que ele ordenar. Tudo que Deus faz acha-se em harmonia com seu caráter. Ele é absolutamente reto e justo; possui sabedoria e conhecimento infinitos. Sua compreensão é insondável, e seu amor, profundo. Podemos confiar nele pelo que ele é, sabendo que tudo que ele fizer será para o bem supremo de todos os interessados.

Libertos do temor
É possível que tenhamos medo de morrer, ou de que morram aqueles que são mais queridos. Mas quando realmente entregamos a nós e a eles nas mãos de Deus, para que o Senhor receba toda a glória por meio da nossa vida e da deles, todo medo desaparece. A paz de Deus toma o lugar do temor. Isso eu posso assegurar. Se Deus resolver atender nossas petições, exatamente como as fizemos, podemos estar certos de que Ele operará grandes maravilhas como resultado da conversão daquele ente querido. E a alegria resultante disso será maior do que a tristeza causada pelo sacrifício feito. “Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras.” (Sl 145.17.) Podemos crer também que, na hora certa, Ele irá sarar o coração quebrantado e curar as feridas (Sl 147.3). Assim que, pela graça de Deus e pelo conhecimento de seu caráter íntegro, passarmos por esses testes e “formos aprovados”, nossa motivação ao orar por entes queridos terá sido purificada. Além disso, gozaremos de uma comunhão mais íntima com Deus.

A importância de ter a atitude correta
Quanto mais profunda for nossa comunhão com Deus, mais nos conscientizaremos de que nossa atitude em relação àqueles por quem oramos é de suma importância para que Deus continue a operar por nosso intermédio. É possível que o ente querido que se acha longe de Deus nos tenha magoado muito. Então precisamos vigiar para que, ao orarmos, não haja em nosso coração o menor ressentimento em relação a ele. Se não estivermos cheios do amor de Deus, não poderemos crer realmente que o Senhor irá salvá-los. Lemos em Gálatas 5.6 que a fé atua pelo amor. E em 1 Coríntios 13.8, Deus afirma que “o amor jamais acaba”. Alguém pode orar anos a fio pela conversão de outrem, sem nunca ter perdoado essa pessoa. Isso constitui um grande empecilho para que a oração seja atendida. A Bíblia nos adverte do seguinte: “Atentando diligentemente por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hb 12.15.) Mas é possível também que alguém esteja a par dessas verdades, e ainda assim tenha dificuldade em perdoar. Damos a seguir oito medidas práticas que poderão produzir em nós o perdão, se o fizermos com sinceridade.

1-Compreender que perdoar é um ato da vontade. Temos de tomar a decisão de perdoar. O ressentimento é uma força altamente corrosiva para nossa mente, alma, corpo e espírito. “O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos.” (Pv 14.30.)

2-Deus não irá perdoar-nos enquanto não tivermos perdoado aqueles que nos magoaram. “E, quando estiverdes orando, se tendes alguma cousa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas.” (Mc 11.25.)

3-Lembremos o quanto Deus já nos perdoou. “Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou.” (Ef 4.32.) Deus nos perdoa completa e instantaneamente, e de bom grado.

4-Agradecemos a Deus por todas as bênçãos que recebemos dele por intermédio daqueles que nos magoaram.

5-Levemos em conta o que aquela pessoa estava passando no momento em que nos magoou – problemas mentais e físicos, carências da alma e do espírito. É bem provável que os problemas que ela enfrentava na ocasião, e talvez ainda enfrente, sejam mais sérios do que os nossos.

6-Peçamos a Deus que nos conceda sua capacidade sobrenatural de amá-los e perdoá-los. Reconheçamos que isso é uma operação do Espírito Santo em nós, e o recebamos pela fé. “[...] porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.” (Rm 5.5.) “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus [...]” (Hb 11.6.)

7-Peçamos também oportunidades de expressar o amor de Deus por eles, tanto em palavra como em atos. “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (1 Jo 3.17,18.)

8-Intercedamos por eles diariamente. Peçamos a Deus que os abençoe, inspire, fortaleça, conforte, e atenda às suas necessidades. “Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” (Mt 5.44.)

Uma senhora crente da Califórnia contou-me que depois de ouvir minha palestra sobre perdão, o Espírito lhe mostrou que ela estava guardando ressentimento contra o genro, havia bastante tempo. Ele não era crente, e maltratava muito a filha dela e os netos, o que a aborrecia demais. E durante anos ela orara fervorosamente pela conversão dele, mas sem sucesso. Naquela noite, às 11h30, ela ajoelhou-se ao lado da cama e, orando a Deus, arrependeu-se da raiva que sentia dele. Em seguida, deu os oito passos que acabamos de recomendar, convicta de que esse ressentimento era um empecilho para que Deus atendesse as suas orações em favor daquele homem. Isso aconteceu numa quinta-feira. No sábado seguinte, pela manhã, o genro apareceu inesperadamente em sua casa e deu-lhe uma notícia espantosa. Disse-lhe que na quinta-feira anterior, exatamente às 11h30 da noite, sentira uma fortíssima convicção de pecado, arrependera-se e entregara a vida a Cristo. Falou ainda que já pedira perdão à esposa e aos filhos e compreendera que devia ir à casa dela também (apesar de residir bem distante), para lhe pedir perdão por todas as tristezas que lhe causara. Na hora em que ela se dispusera a perdoá-lo, Deus, pelo Espírito, operara de forma marcante naquele por quem ela orava.

Poder mediante o quebrantamento
-Precisamos entender que quanto mais deixarmos Deus operar em nós, mais o poder do Espírito Santo atuará por nosso intermédio, na intercessão pelos perdidos. E um fator muito importante para que esse poder opere em nós é nos humilharmos diante do Senhor e daqueles por quem estamos orando. Então precisamos pedir a Deus que nos revele o que possamos ter feito para que aquele não-crente se revoltasse contra Deus. Mesmo que na ocasião estivéssemos ignorantes do fato, ainda assim precisamos confessar o erro e fazer a reparação, segundo Deus nos orientar. É essencial que nos convençamos de que o amor e a misericórdia de Deus são maiores do que nossos erros, e que digamos isso àquela pessoa também. Lemos em Josué 3.5: “[...] Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós.” Muitas pessoas deixam de consagrar a vida ao Senhor Jesus por terem uma visão errada do caráter de Deus. Se nós, de alguma forma, contribuímos para isso, seja por ignorância ou por uma desobediência frontal a princípios divinos, precisamos confessá-los a eles, explicando-lhes de que aspecto do caráter de Deus passamos uma imagem distorcida. “Mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido e espírito, e que treme da minha palavra.” (Is 66.2.) Um espírito quebrantado e contrito é uma arma poderosa na mão de Deus no sentido de quebrantar aqueles por quem oramos. Com relação a isso, em 1 Pedro 3.1, Deus tem uma palavra de orientação para a mulher cujo marido não é crente. Ali ele ressalta a importância de a esposa crente ter um proceder cristão – em vez de ficar pregando para o marido – para que ele se converta.

Oração e jejum
Nas Escrituras, a oração e o jejum estão associados a poderosas bênçãos. Então obedeçamos a Deus sempre que Ele nos der ordens nesse sentido. Mas lembremos-nos sempre de que o que interessa a Deus não é o nosso jejum, e, sim, nossa obediência. Certa vez, eu estava dando um curso numa escola de evangelismo, quando todas as alunas ali sentiram que deveriam passar um dia jejuando e orando por seus irmãos não-crentes. Os resultados foram extraordinários. Então estejamos cientes de que o Espírito Santo, vez por outra, irá ordenar-nos que jejuemos e oremos a respeito de questões especiais que ele coloca em nosso coração. Em Mateus 6.6, Jesus diz: “[...] quando orares...” No verso 2, diz: “Quando, pois, deres esmola [...]” E nos versos 16 e 17, diz: “Quando jejuardes...”

A guerra espiritual
A Bíblia revela, em 1 João 5.19, que “o mundo inteiro jaz no maligno”. Mas, glória a Deus, pois Jesus diz: “Eu venci o mundo” (Jo 16.33). E o poder de Deus é infinitamente superior ao de Satanás. Isso significa que todos os dias precisamos tomar posição contra o inimigo de nossa alma e ordenar-lhe, no poderoso nome do Senhor Jesus Cristo, que deixe em paz o espírito, mente, alma e corpo de nossos entes queridos. E ao fazê-lo citemos a Palavra de Deus que, nessa guerra espiritual, funciona como uma espada. Os textos seguintes são muito eficazes, quando exercitamos fé no poder da Palavra escrita. 1 João 3.8: “Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo”. Apocalipse 12.11: “Eles, pois, o venceram (a Satanás) por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.” Isaías 43.12,13: “[...] eu sou Deus. Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhuma há que possa livrar alguém das minhas mãos: agindo eu, quem o impedirá?” Mateus 16.18: “[...] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mateus 18.18: “[...] tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra, terá sido desligado no céu.” Precisamos compreender que, por mais duro que seja o coração da pessoa por quem oramos, ou por mais difícil que pareça seu caso, não é contra ela que estamos lutando. Nosso adversário é o diabo; é a ele que fazemos oposição. “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Ef 6.12.) Satanás não larga mão de suas vítimas sem lutar. Nossa guerra muitas vezes é como uma luta corporal. Nem sempre conquistamos a vitória no primeiro assalto, e, às vezes, nem no segundo ou terceiro. Precisamos estar constantemente dizendo a Satanás: “Maior é aquele que está em nós (Jesus) do que aquele que está no mundo (o diabo).” (1Jo 4.4.) Portanto, se alguém vai perder essa guerra, não somos nós. Se afirmarmos isso com fé, depois de algum tempo o diabo começará a nos levar a sério, e desistirá de brigar. Pelo menos essa tem sido a minha experiência. Eu já declarei ao inimigo que, enquanto eu tiver fôlego, lutarei contra ele, no poder e na força do Espírito Santo, em favor daqueles por quem oro. Então, se ele for esperto, é melhor desistir logo. (Sabemos que ele não tem sabedoria, pois só quem tem ao Senhor a possui.) Então podemos agora pedir a Deus que frustre os planos de Satanás em relação àqueles por quem estamos orando, crendo firmemente que o Senhor irá operar.

O conhecimento do caráter de Deus
Em seguida, oremos a Deus pedindo-lhe que dê a esse ente querido uma revelação de seu verdadeiro caráter, para convencê-lo de que a coisa mais sensata que ele pode fazer é sujeitar sua vontade ao Senhor Jesus. Só Deus sabe quais as ideias erradas que aquela pessoa tem dele. Peçamos-lhe, então, que utilize os meios que forem necessários para corrigir essas distorções, crendo que ele o fará. Peçamos a Deus que se revele a ela de maneira irrefutável, fazendo-a compreender que ela não tem nada a perder rendendo-se ao Senhor. Pelo contrário, tem tudo a ganhar. Juntamente a essa petição, oremos a Deus pedindo-lhe que tudo que esse ente querido está fazendo para alcançar a felicidade sem Deus possa dar errado, e só lhe trazer sentimentos de vazio e frustração. Assim ele reconhecerá a inutilidade de seus esforços. Na verdade, nós não precisamos “ensinar” nada Àquele que possui um conhecimento e sabedoria infinitos, e a maior criatividade do universo. Ele dispõe de milhões de estratégias que desconhecemos, e que pode utilizar para atender nossa petição. Mas podemos pedir-lhe que instile o temor do Senhor naquele por quem oramos, para que ele evite o mal. “Pelo temor do Senhor os homens evitam o mal.” (Pv 16.6.) Mesmo que essa pessoa se encontre numa situação em que é fortemente tentada, pela nossa intercessão Deus pode impedir que ela se aprofunde mais no pecado.

O poder da Palavra de Deus
Salmo 119.130: “A revelação das tuas palavras esclarece, e dá entendimento ao simples”. Precisamos então orar para que Deus leve esse nosso ente querido a ter o desejo de ler sua Palavra, ou que ele a ouça de alguma forma. E aqui também pode utilizar meios os mais diversos para atender essa petição. Basta que creiamos que Ele o fará. O Dr. Derek Prince converteu-se sozinho, por meio da leitura da Palavra de Deus. É possível que alguns daqueles por quem oramos já conheçam muitas verdades da Palavra de Deus e hajam endurecido o coração. É nesse caso que precisamos clamar pela misericórdia de Deus é sermos poupados de um castigo merecido. Moisés intercedeu pelos filhos de Israel, pedindo a Deus que tivesse misericórdia deles, e o Senhor atendeu-lhe a oração. Com sua desobediência, rebeldia, incredulidade e murmuração, eles certamente mereciam o castigo divino. Mas Moisés orou, e assim impediu que eles recebessem a punição merecida. Deus usou de misericórdia para com eles. Nós hoje temos o grande privilégio de exercer a mesma função e interceder em favor daqueles que se encontram em condição semelhante. Podemos pedir a Deus: “Na tua ira, lembra-te da misericórdia.” (Hc 3.2.)

Louvar a Deus pela fé
Para que possamos orar com grande fé, podemos pedir a Deus que nos dê melhor compreensão de textos das Escrituras que nos estimulem a crer que Ele está operando, mesmo não havendo expressões visíveis dessa operação. Em 2 Crônicas 6.30 lemos o seguinte: “... porque tu, só tu, és conhecedor do coração dos filhos dos homens”. Então Deus sabe se aquela pessoa já está tendo vontade de buscar o Senhor Jesus. Ele sabe se o seu coração já começa a inclinar-se para Ele, e se ela está desejando abandonar a vida que leva no momento. Se estiver, Ele irá revelar-nos isso se continuarmos em intercessão. Assim torna-se mais fácil louvá-lo pela fé. Podemos começar a ver mentalmente aquele ente querido como ele será quando Deus o transformar: uma “nova criatura” em Cristo, cheia de amor dele, manifestando em seu ser a vida de Jesus. Então passamos a louvar a Deus de todo o coração certos de que Ele está operando nesse sentido, e de que isso irá concretizar-se. Conheço uma jovem que teve esse tipo de experiência. Ela estudava numa escola de evangelismo onde dei um curso. Seus pais haviam cortado todo o relacionamento com a filha depois que ela se convertera. Pararam de comunicar-se com a moça, e ela não tinha a menor ideia de onde eles se encontravam no momento. Mas ela ouviu-me entregar essa mensagem, e o Espírito Santo falou poderosamente ao seu coração. Então decidiu colocar esses princípios em prática. Semanas depois, os pais se converteram e entraram em contato com ela. Isso é o poder do louvor. Lembremos, porém, que o segredo para vermos a conversão daqueles por quem oramos é a aplicação da mensagem toda, e não apenas a de um desses princípios.

A paz que excede todo entendimento
Por vezes nossos entes queridos passam por situações difíceis, em que sentimos grande preocupação por eles, mas nada podemos fazer, pois todas as circunstâncias se acham fora de nosso controle. Nesse caso, para nos tranqüilizarmos, precisamos pôr em prática o ensino do Salmo 37.5: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.” O termo hebraico que aqui é traduzido como “entrega” literalmente significa “arremessa”. Então temos de “arremessar” para Deus aqueles com quem estamos preocupados, pedindo-lhe que opere de modo a que tudo que lhes aconteça possa glorificar o nome dele. Deus é todo-poderoso, sábio, reto, justo, conhece tudo que há para se conhecer, e é todo amor. Portanto, Ele sabe “agarrá-los” bem; sabe como deve operar na vida deles para que tudo redunde em bênçãos para eles; conhece os melhores métodos de ação, a hora certa para agir, e só fará o que é certo e justo para todos os interessados. Além disso, está ansioso para “agarrá-los” e cuidar deles. Seus amorosos braços não gostam de ficar vazios! Ele promete operar. Cremos em sua Palavra. E assim passamos a gozar de uma paz maravilhosa.

A soberania de Deus e o livre-arbítrio do homem
Deus criou o homem com livre-arbítrio. Isso é uma lei fixa, que ninguém pode infringir. Entretanto, quando intercedemos por alguém da maneira como Deus determina, Ele envia àqueles por quem oramos certas influências e pressões. E se perseverarmos em oração, com tenacidade, como Jesus ensina em Lucas 11.5-8 e 18.2-8, chega o momento em que o não-salvo sente que é mais fácil entregar a vida ao Senhor do que continuar resistindo a Ele. Foi isso que Elias vivenciou quando orou junto ao altar molhado, no monte Carmelo, diante dos profetas de Baal e do povo de Israel, e pediu que Deus mandasse fogo do céu. “Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus, e que a ti fizeste retroceder o coração deles.”(1Rs 18.37.) A mesma ideia é expressa no Salmo 33.15, onde o salmista diz que Deus olha dos céus os filhos dos homens e “forma o coração de todos eles”, e “contempla todas as suas obras”. Então o ministério de intercessão é um glorioso privilégio concedido por Deus para colaborarmos com Ele na tarefa de “formar” o coração dos homens.

Ampliando nossa intercessão
Nosso interesse pela expansão do reino de Deus pode ser avaliado pela maneira como oramos pelas almas perdidas. Podemos contentar-nos em orar apenas para que elas se convertam, ou então orar também para que, além de se converterem, todos se tornem dedicados discípulos do Senhor Jesus. Podemos interceder ainda no sentido de que cultivem um ardente desejo de conhecer mais a Deus e passar esse conhecimento a outros, influenciando decisivamente sua geração com o poder do Espírito Santo. Podemos pedir ao Senhor que, obedecendo às verdades da Palavra de Deus, eles estejam entre os “vencedores” mencionados no livro de Apocalipse, tornando-se então parte da Noiva de Cristo.

Toda a glória seja dada a Deus
Por último, é da maior importância que reconheçamos diante de Deus que, assim que ele atender nossa petição, nós nos lembraremos de que o que operou o milagre do novo nascimento no coração daquele indivíduo não foram nossas orações e jejuns, nem nossa diligência em buscar o Senhor. Tudo se deve à sua graça, misericórdia, poder e amor. Precisamos lembrar ainda que outros também participaram da batalha da intercessão por aquela alma. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá a glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade”. (Sl 115.1)

:: Por Joy Dawson.
Via Jornal Atos Hoje.
Fonte: lagoinha.com

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