terça-feira, 10 de junho de 2014

Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos.



Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, quando amardes uns aos outros. Jo13:35

Jesus está se despedindo dos discípulos, em um de seus últimos momentos com eles e passa a dar-lhes instruções de como devem proceder na ausência dEle. Jesus, então, lhes ordena um mandamento que tem como consequência final o fato de que todos os reconheceriam como discípulos de Cristo. “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, quando amardes uns aos outros”. 

O que chama atenção é que Jesus não pediu àqueles homens que O seguiam, que mudassem a forma com que falavam, mudassem suas vestes,  deixassem de frequentar algum lugar, ou que deixassem de ter contato com determinadas pessoas, por exemplo. Naquele momento, Jesus não estabeleceu leis, Ele deixou um mandamento que  iria muito além do legalismo. Ele pediu que seus discípulos amassem uns aos outros, mas não era um amor qualquer, era o amor com que Ele havia nos amado.  “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos ameis a vós, que também vós ameis uns aos outros” Jo13:34. E isso era muito mais difícil do qualquer lei que Jesus tivesse deixado. Amar ao próximo como Ele nos amou, implicaria em mudanças radicais em nossas vidas, em mudanças na nossa forma de enxergar o outro. Amar ao próximo como Ele nos amou implicaria necessariamente em uma vida transformada em alguém semelhante a Cristo.

Embora, Cristo estivesse dizendo que estava entregando um novo mandamento, esta não era uma ordenança nova. Desde o antigo testamento, Deus já havia ordenado o amor ao próximo como um dos 10 mandamentos. A novidade consistia no fato de que:

1 -  Jesus colocou este mandamento, juntamente com “amarás ao teu Deus sobre todas as coisas” como o maior de todos os mandamentos. Amar não era uma opção, mas uma ordenança. Não se trata de querer ou sentir vontade de amar, ou amar por merecimento de quem é amado, mas de um ato de obediência. A motivação de amar do discípulo é seu relacionamento com Deus, seus valores do Reino.

2 – O mandamento é novo porque agora temos um referencial de amor: “Assim como eu vos amei”. O amor com que Cristo nos amou é sacrificial, ele nos fará abrir mão dos nossos diretos pelo outro, ele nos fará abrir mão da nossa liberdade pelo outro. Muitas vezes irá nos custar, irá doer. Não espera recompensas, é desinteressado e fará com que os outros enxerguem Cristo através de nós.  (I Jo 3:18, Lc 6:32-36, Mt 5: 38-45, Rm 14:13-23).

3 – É novo porque revela uma identidade. Jesus afirma que o amor que tivermos revelará quem somos. Amar ao próximo será nosso cartão de visitas, revelará a quem pertencemos e a quem servimos. Manifestará aqueles que realmente nasceram de novo (I Jo 3:14). Revelará os que possuem o Espírito Santo, pois esse amor é derramado nos corações por intermédio dEle (Rm 5.5). Será uma das mais eficazes formas de revelar Jesus ao mundo.

No entanto, ao se referir a “discípulos”, Jesus não estava se referindo ao mero seguidor, o discípulo a quem Cristo se refere tem significado muito mais profundo. O discípulo seria aquele que aprende com o mestre e o imita, e não apenas o que acompanhava, observava. Seria aquele que seguia Jesus pelo compromisso de amor e confiança nEle, existindo ou não os milagres. Seria aquele que não se deixaria conduzir pelas circunstâncias, mas as aproveitaria para exercer a sua fé.

Portanto, era a verdadeiros discípulos que Cristo se referia, pois somente os discípulos aceitariam a ideia de sofrer pelo outro, de abrir mão dos seus direitos e liberdade, de perdoar. Somente esses entenderiam a nova proposta de amor sacrificial e se alegrariam com ela, somente esses revelariam Cristo através de suas vidas. 

Que possamos assumir o compromisso de amar uns aos outros como Ele nos amou e deixar que o mundo nos reconheça como discípulos Seus.

Gilvanise Santos
IPAD Prazeres

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