terça-feira, 3 de junho de 2014

Richarde Guerra esclarece dúvidas sobre o namoro

Dúvidas que você possa ter e não conseguiu saná-las, o pastor, líder do Ministério dos Namorados da Lagoinha, responde!

Neste Dia dos Namorados, nada melhor que tirar algumas dúvidas que às vezes não temos coragem de perguntar ou não sabemos com quem conversar. O pastor Richarde Guerra, líder do Ministério dos Namorados, em entrevista para o Lagoinha.com, rasgou o verbo para falar sobre temas diversos que envolve o relacionamento amoroso entre cristãos.
Namorada

Lagoinha.com: Vamos começar pela diferença entre a ilusão e a realidade. Você acha que as mulheres cristãs querem viver um relacionamento como os de Hollywood?
Richarde Guerra: Creio que não é o caso somente das mulheres cristãs. Toda mulher tem uma idealização do homem que ela deseja se casar. E não tem nada de errado nisso, o problema é quando a pessoa fica presa nessa ilusão. Ela perde a oportunidade de conhecer outras pessoas e descobrir que vale a pena se relacionar com pessoas de outros perfis. Esses sites de encontros, por exemplo, são um grande problema porque a pessoa limita o universo delas. Você pode sonhar, mas precisa estar aberto para o novo sabendo que não existe um homem ou uma mulher perfeita.

L.C: E a diferença acentuada de idade, atrapalha?
R.G: Depende da “cabeça” do casal. Tem pessoas que têm pouca idade, mas são maduras. Não é justo falar que é errado namorar uma pessoa que tenha muito mais ou menos idade que você. O próprio pastor Márcio Valadão tem uma diferença de idade relativamente grande de sua esposa. Mas uma coisa é fato, a pessoa mais nova precisa ter maturidade para que dê certo.
 Mulheres

L.C: As estatísticas do IBGE revelam que, em Belo Horizonte, por exemplo, existem 148.125 mulheres a mais que homens. No país, a cada grupo de cem pessoas, faltam seis homens.  Essa realidade é visível na Igreja?
R.G: Com certeza, e talvez a porcentagem seja ainda maior do que essa na igreja. As mulheres, nos dias de hoje, estão mais comprometidas com Deus do que os homens. Infelizmente é essa a realidade, vemos aquele monte de mulheres e quase nada de homens.  Os homens não querem conversar, abrir o coração para serem aconselhados ou terem intimidade com Deus. Às vezes chegam à igreja e veem as mulheres como “objetos” de brincadeira e perdem a credibilidade. Precisamos de mais homens crentes na igreja. Está faltando homem, muitos estão mudando sua heterossexualidade e muitos não estão frequentando a igreja.

L.C: Em sua opinião as mulheres precisam entrar numa guerra de oração contra essa realidade da  frieza espiritual e mudança do comportamento sexual, que acomete os homens?
R.G: Não, as mulheres precisam somente buscar a Deus e fitar os olhos nele. Elas precisam se envolver em ambientes e lugares onde mais pessoas o estão buscando. Consequentemente, será nesses lugares que elas encontrarão um homem cristão, temente ao Senhor. Elas não podem deixar a ansiedade tirar o bom senso, nem tentar buscar fora da igreja. Não podem se sujeitar a homens que não as valorizam, e precisam de fato confiar em Deus. A vontade do Pai é que não estejamos sós, por isso, ao ver Adão na solidão ele disse que não era bom e criou uma companheira para ele. E o mesmo é para cada uma delas.
 Dia dos Namorados

L.C: E você acha que os homens estão muito exigentes quanto à escolha?
R.G: Eu não diria exigentes, mas aproveitando a situação escolhendo e brincando com as moças. Mas um homem cristão não pode fazer isso, ele desenvolve as amizades e a partir do momento que entende que existe um sentimento, por quem ele se interessou, entra num compromisso sério. Ele não dá esperança para cinco, seis mulheres ao mesmo tempo para deixá-las “guardadas” em sua “previdência do amor”. Isso é ser canalha e não exigente. Geralmente o homem não é criterioso, ele quer uma mulher bonita para “desfilar” e mostrar para os amigos até perder o interesse e partir para outra. Infelizmente o que vemos é a falta de critério porque, infelizmente, também está muito fácil para eles.

L.C: Quando a mulher deve atentar que está “ficando pra titia”?
R.G: Ah, a minha tia casou-se depois dos trinta anos e está muito feliz com sua família. Antigamente as mulheres se casavam muito cedo, a minha mãe casou-se aos dezenove anos. Mas hoje as pessoas estão se casando mais velhas. Eu acho que o que não pode é haver desespero, mulheres de vinte e oito anos já estão se descabelando e procurando fora da igreja, dando tiro para todos os lados. Para não ficarem sozinhas acabam mal acompanhadas.

L.C: Existe o “escolhido de Deus”?
R.G: Não creio. Deus abençoa as nossas escolhas, e, dentro da sua onisciência, Ele sabe quais são.
 Dia dos namorados

L.C: E fazer prova com Ele, é bom?
R.G: Não sei. Fazer prova para mim é sinal de que a sua fé não está tão bem estabelecida. Mas é uma opinião minha, não uma doutrina.  Para saber se era a Priscila, busquei a resposta na oração e na convivência. Ficamos seis meses orando e conhecendo um ao outro antes de namorar, sem nos envolvermos emocionalmente. Muitos deixam para o namoro esse tempo de conhecimento, mas quando terminam a ruptura é dolorosa, justamente porque foi construída uma expectativa de ambas as partes.

L.C: E como você encara o beijo no namoro?
R.G: Acho que o beijo não é o problema, mas quem beija. Muitos jovens na igreja já tiveram uma passagem intensa no mundo, em que o padrão do beijo é um padrão sexual. Existem beijos que promovem nas pessoas o desejo sexual, e se alguém incita uma pessoa e não pode consumir esse desejo com o sexo, essa pessoa já pecou. Na verdade eu acho que as pessoas não sabem beijar sem pecar. Você pode beijar, só não pode pecar.
 Namorados

L.C: Como você resume um namoro à luz da Palavra de Deus?
R.G: É um namoro em que Jesus participa ativamente da vida do casal. Antes de namorar a pessoa tinha um relacionamento com Cristo, e com o namoro essa relação aumentou. Consequentemente, essa pessoa estimula seu namorado(a) a buscar intimidade com Deus, se envolver na igreja e procurar uma Célula.  É um namoro em que as pessoas não defraudam umas as outras, e elas podem ficar juntas sem escândalos. A pessoa que vale a pena namorar é aquela que gosta mais de Jesus do que de você.

L.C: Em sua opinião, por que é pouco falado sobre namoro nos púlpitos das igrejas?
R.G: Creio que ainda tem muito tabu e certo medo de escandalizar as pessoas com o que for falado.  Muitos líderes não pregam sobre namoro porque poucas pessoas estão namorando na igreja, e eles pensam que seja um assunto desinteressante. Quando na verdade é um assunto que deveria ser ensinado para os solteiros, antes de começarem a namorar. Hoje, na Mocidade Lagoinha, desenvolvemos esse trabalho que é o Conversa Franca com os pastores Leandro e Aline Almeida.

L.C: Cite um critério espiritual e um emocional que a pessoa deve ter para namorar
R.G: A pessoa ideal deve ter vida com Deus e não ser simplesmente um crente, frequentador de culto. Já no emocional ela precisa ser uma pessoa resolvida e não “pela metade”. Existem pessoas que não têm senso de organização, não sabem dizer sim ou não, não são responsáveis e não têm um caráter totalmente tratado. Essas precisam buscar uma cura interior ou acompanhamento psicológico para não projetar suas deficiências no outro: “ah, eu sou desorganizada e ele vai organizar por mim” ou “não sei falar não, mas ele fala por mim”.

L.C: No namoro é bom aproximar-se da família do(a) amado(a) e estabelecer vínculos?
R.G: É fundamental. Certa vez um pai me procurou porque não estava gostando do namorado da filha, e ele já tinha tentando de todas as formas convencê-la de que o rapaz não “prestava”. Mas olhando para o jovem não parecia que ele tinha problema, então, sugeri ao pai que falasse para o rapaz que teria que namorar primeiro ele para depois namorar sua filha. E eu brinco muito com os rapazes que eles têm que namorar primeiramente a sogra e o sogro para depois namorar a garota, porque a relação precisa ser excelente. Tem rapaz que não tenta e se posiciona contra os pais da jovem, se eles falam como deve ser algo o jovem responde e contesta. Isso é dar um “tiro no pé”, “cuspir para cima”. No final das contas a garota vai ficar do lado dos pais. Então, você precisa investir em ter uma boa relação com seus sogros.


:: Stephanie Zanandrais
Fonte: lagoinha.com 

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