terça-feira, 3 de março de 2015

UM NOVO MANDAMENTO

Em um de seus últimos momentos com os discípulos, Jesus passa a dar-lhes instruções de como devem proceder na ausência dEle, já que estaria com eles por pouco tempo. Naquela noite, Jesus entrega uma “nova” ordenança aos discípulos: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos ameis a vós, que também vós ameis uns aos outros” Jo13:34. E, acrescenta ainda, que através desse amor de uns para com os outros, todos os conheceriam como discípulos (v.35).

O fato é que, naquele momento, Jesus não pediu que eles realizassem prodígios e milagres para que fossem reconhecidos como discípulos, Jesus também não os orientou para que mudassem a forma com que falavam, ou deixassem de frequentar algum lugar, por exemplo. Ali, a ordenança deixada pelo Filho do homem era de que seus discípulos amassem uns aos outros, mas não era um amor qualquer, era o amor com que Ele havia nos amado. E isso iria muito além do que qualquer lei que Jesus tivesse deixado. Amar ao próximo como Ele nos amou, implicaria em mudanças radicais em nossas vidas, em mudanças na nossa forma de enxergar o outro, implicaria em ação e prática. Amar ao próximo como Ele nos amou implicaria necessariamente em uma vida transformada em alguém semelhante a Cristo.

Embora, Cristo estivesse dizendo que estava entregando um novo mandamento, esta não era uma ordenança nova. Desde o antigo testamento, Deus já havia ordenado o amor ao próximo como um dos 10 mandamentos. A novidade consistia no fato de que:

1 - Jesus estabeleceu este mandamento, juntamente com “amarás ao teu Deus sobre todas as coisas” como o maior de todos os mandamentos (Mt 22: 36-39). Amar não era uma opção, mas uma ordenança. Não se trata de querer ou sentir vontade de amar, ou amar por merecimento de quem é amado, mas de um ato de obediência. A motivação de amar do discípulo é seu relacionamento com Deus, seus valores do Reino, e não está baseado em sentimentalismo.

2 – O mandamento é novo porque agora temos um referencial de amor: “Assim como eu vos amei”. O amor com que Cristo nos amou é sacrificial, ele nos fará abrir mão dos nossos diretos pelo outro, ele nos fará abrir mão da nossa liberdade pelo outro. Muitas vezes irá nos custar, irá doer. Não espera recompensas, é desinteressado e fará com que os outros enxerguem Cristo através de nós. (I Jo 3:18, Lc 6:32-36, Mt 5: 38-45, Rm 14:13-23).

3 – É novo porque revela uma identidade. Jesus afirma que o amor que tivermos revelará quem somos. Amar ao próximo será nosso cartão de visita, revelará a quem pertencemos e a quem servimos.

4 – É novo porque manifestará aqueles que realmente nasceram de novo (I Jo 3:14). Revelará os que possuem o Espírito Santo, pois esse amor é derramado nos corações por intermédio dEle (Rm 5.5). Também evidenciará aquele que conhece a Deus, pois quem não ama, não o conhece (I Jo 4:8). Será uma das mais eficazes formas de revelar Jesus ao mundo.

Diferente da Fé, não existe definição de amor na bíblia, no entanto, sabemos que Deus amor e sem Ele não existira amor. Na bíblia o amor é sempre expresso em forma de AÇÃO. O conhecido texto de João 3:16, exemplifica bem isso: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que DEU o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Em I Jo 3:1 também é possível enxergar a ação de amor de Deus “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos CHAMADOS filhos de Deus.” Se o amor de Deus por nós não fosse prático, estaríamos perdidos. Portanto, o AMOR com que Cristo nos amou é ação e prática, tudo SOFRE, tudo CRÊ, tudo ESPERA, tudo SUPORTA (I Co 13:7).

Além disso, não era ao mero seguidor a quem Cristo se referia como discípulo (JO 13:35). Era a VERDADEIROS discípulos a quem Cristo se referia, pois somente estes aceitariam a ideia de sofrer pelo outro, de abrir mão dos seus direitos e liberdade, de perdoar. Somente esses entenderiam a nova proposta de amor sacrificial e se alegrariam com ela, somente esses revelariam Cristo através de suas vidas.

Que possamos assumir o compromisso de amar uns aos outros como Ele nos amou e deixar que o mundo nos reconheça como discípulos Seus.

Gilvanise Santos
Vice-Diretora do Departamento de Comunicação Ipad Prazeres



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