gentileza
Estávamos na Avenida Afonso Pena, em BH, voltando do consultório da minha dentista. Era tardinha, minha filha dirigia e eu olhava o movimento perto do Palácio das Artes. O sinal fechou e um carro parou bem do nosso lado, parou a uma distância de aproximadamente dois metros do carro da frente.
O motorista do carro que estava atrás deste começou a buzinar freneticamente para que o motorista da frente se movesse. Olhei para trás do carro que buzinava tanto e vi que ele não estava fechando o cruzamento e que não havia evidência de veículos com prioridades. Não entendi a emergência daquele gesto impaciente, eram apenas dois metros!
Quando o motorista do carro da frente entendeu que aquela algazarra era com ele, tirou a mão para fora e a levantou. Então, eu pensei: lá vem um palavrão com os dedos! Mas para minha surpresa aquele motorista levantou a mão e fez o gesto de paz e amor, arredou para frente o seu carro um metro e meio e mostrou o polegar em uma atitude de compreensão e paz.
Ficamos, minha filha e eu, assistindo admiradas ao desenrolar desse episódio no trânsito, esperando que terminasse como quase os demais: gritos, xingatórios, desaforos, taquicardia, agressões verbais, físicas e infelizmente até morte. O desgaste do cotidiano vai, sem a gente perceber, promovendo o pessimismo, não é mesmo?
O sinal abriu, os carros avançaram e assim seguimos na avenida comentando admiradas o ocorrido. Fomos surpreendidas com algo que deveria ser corriqueiro: a promoção da paz.
Ah! Se todos nós respondêssemos aos desaforos com um sinal de paz e amor? Se em vez de responder chingos com mais gritarias simplesmente cedêssemos um metro e meio? Como seria o mundo?
Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor; (Hebreus 12.14)
::Nilma Gracia de Araujo,lagoinha.com